Inovação tecnológica pode reduzir a dependência brasileira de fertilizantes importados
Pesquisa feita pela Embrapa, em parceria com a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), o Instituto Federal de Rondônia (Ifro) e a Universidade de Santiago de Compostela (USC), da Espanha, resultou em uma inovação tecnológica que pode ajudar o Brasil a reduzir a dependência de fertilizantes importados.
A tecnologia reduz de três para uma etapa a produção do biocarvão, devido ao processo de combustão, que já incorpora partículas do solo - nos convencionais, o carvão precisa ser ativado para depois se misturar ao solo. Esse material tem potencial para a geração de fertilizantes organominerais, obtidos a partir de matérias-primas de origem animal e vegetal.
Segundo Paulo Wadt, pesquisador da Embrapa, a utilização do composto organomineral também tem um grande potencial de ganhos ambientais para o solo, pois, normalmente, são usados materiais inertes, como a areia, para completar as formulações NPK (nitrogênio/fósforo/potássio), o que não traz nenhum benefício para o solo.
"O composto pode reduzir a perda de nutrientes, aumentar a eficiência da aplicação do fertilizante e ainda agregar vantagens ambientais, como a diminuição da emissão de gases de efeito estufa. Observamos também que a mistura gera um produto com melhores propriedades físicas e químicas e pode substituir a areia na aplicação de fertilizantes, controlando a liberação dos nutrientes no sistema solo-planta", informa Wadt.
De acordo com o pesquisador, o composto libera gradativamente os nutrientes no solo, possibilitando que as plantas os adquiram ao longo de todo o desenvolvimento. "A adoção dessa nova tecnologia pode contribuir para reduzir o consumo de fertilizantes sem perdas na produtividade das culturas agrícolas", afirma.
Fonte: https://opresenterural.com.br/inovacao-potencializa-uso-de-biocarvao-como-fertilizante-na-agricultura/